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Política

Um pau e uma cenoura. Costa abre negociações do Orçamento de olho na esquerda

No plano das intenções, António Costa repete que quer entendimentos à esquerda, que esse é o seu caminho. No plano das acções também, vai reunir-se esta quarta-feira com BE e PCP para encetar negociações para o Orçamento do Estado para 2021. No plano do discurso, vai recusando o bloco central, mas avisa que o PSD não tem "peste".

ANTONIO COTRIM/LUSA

No ciberdúvidas da língua portuguesa, "política do pau e da cenoura" traduz-se à letra, através da expressão inglesa: "Com estas palavras pretendemos dizer que qualquer cavalo (ou burro) pode correr se o cavaleiro pendurar uma cenoura à frente do focinho. Se este processo não for suficiente, então ele usará o pau (ou o chicote). Em sentido figurado, queremos dizer que há métodos políticos que recorrem também ao "pau" (métodos mais violentos) e à "cenoura" (compensações aliciantes) na persecução dos seus objectivos."

É assim que António Costa lança esta quarta-feira as negociações para o Orçamento do Estado com os partidos que até aqui foram seus aliados orçamentais: no plano das intenções, António Costa repete que quer entendimentos à esquerda, que esse é o caminho da sua governação. No plano das acções também: vai reunir-se esta quarta-feira com BE e PCP para encetar negociações (também sobre o plano para a retoma que pediu a António Costa Silva). No plano do discurso, porém, vai avisando que, não querendo um "bloco central", o PSD não tem "peste". O que isto nos diz sobre os próximos tempos é que se fará entre negociações e pressões. Mas serão de ambos os lados.