Política

PS acusa líder do CDS de mergulhar na “brigaria do populismo desbragado” para tentar suplantar André Ventura

Os socialistas respondem ao ataque do líder do CDS ao ministro Pedro Nuno Santos e acusam o líder democrata-cristão de estar a atirar a política para a lama.

MIGUEL A. LOPES/Lusa

O grupo parlamentar do PS não gostou de ver Francisco Rodrigues dos Santos, líder do CDS, classificar, em entrevista ao Expresso, o ministro Pedro Nuno Santos de “zero à esquerda” e de “fanfarrão” a propósito da gestão da TAP. Numa nota assinada pelo deputado e vice-presidente da bancada Carlos Pereira, os socialistas acusam o presidente do CDS de estar a tentar desesperadamente “suplantar” André Ventura.

“Na brigaria do populismo desbragado ou do liberalismo descarrilado, mas também na luta desesperada pela sobrevivência, também interna, o líder do CDS vai tentando suplantar nuns casos o deputado Ventura noutros o deputado Cotrim de Figueiredo”, argumenta Carlos Pereira.

Na já referida entrevista ao Expresso, Francisco Rodrigues dos Santos recusa uma nacionalização da TAP nos termos avançados por Pedro Nuno Santos e acusa o ministro de ter “ideias megalómanas” e de achar que “o dinheiro dos contribuintes deve ser injetado de forma desregulada”.

Na nota enviada, os socialistas sugerem que das duas uma: ou o líder do CDS não conhece a dimensão do problema da TAP; ou então está defender “interesses privados à custa do dinheiro dos portugueses” e isso “é muito grave”.

“O ataque desproporcional e brejeiro ao ministro das Infraestruturas só pode disparar os alarmes para quem sabe que Portugal precisa da TAP, que a TAP tem de ser melhor gerida, que tem de ser redimensionada à escala do país e que o Estado tem de ter acesso a um instrumento estruturado para contribuir para a retoma da economia. O país precisa de oposição construtiva e ganhará sempre com ideias diferentes mas perde muito quando a política é arrastada para a lama num cocktail de imprecisões e numa confusão generalizada de conceitos e intenções. O CDS que se cuide”, argumenta o grupo parlamentar socialista.

“Governo não está eufórico por ter de aguentar a companhia”

A defesa de Pedro Nuno Santos não fica por aqui. O deputado socialista do PS reconhece que o “Governo não está eufórico por ter de aguentar a companhia”, mas que é preciso agir para salvar e proteger a TAP.

“Se a companhia [privados] precisar do Estado e não estiver em condições de acompanhar no aumento de capital não há nada a dizer. Mas seja por entrega de garantias ou outro modelo que tenha o atrevimento de abrir a porta à desresponsabilização face ao uso do dinheiro dos portugueses, não contem com o PS ou o governo para esses jeitinhos”, avisa Carlos Pereira.

De resto, e em linha com o que defendeu o ministro no Parlamento, o grupo parlamentar socialista defende que mais dinheiro público na TAP tem de significar mais controlo. “Caso os portugueses tenham de ser chamados a contribuir para salvar a tap, o controle da companhia deve ser proporcional ao esforço do país. Não deve haver rodriguinhos”, remata.