A declaração de estado de emergência obrigou a adaptações no país mas também no funcionamento do Governo. A partir desta semana — para além de um gabinete de crise com dez ministros —, haverá um governante por ministério que será designado para ficar em casa.
As mudanças começam no topo do Executivo, com um ministro de Estado a ficar em isolamento. Caso o primeiro-ministro fique doente, será substituído hierarquicamente pelos ministros de Estado, como acontece normalmente, seguindo a ordem definida na lei orgânica: primeiro o ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, depois o ministro de Estado e Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, depois Mariana Vieira da Silva, como ministra de Estado e da Presidência, e por fim Mário Centeno, ministro de Estado e das Finanças. A logística não vai ser fácil. Contudo, o Conselho de Ministros de quinta-feira decidiu que haverá um ministro de Estado a trabalhar a partir de casa, mas na sexta-feira ainda não se sabia qual. Vão rodando à vez, apurou o Expresso. A decisão no topo alastra-se aos ministérios. Por cada ministério, passará a ir para casa um secretário de Estado, com o mesmo objetivo: se o ministro ficar doente, será o secretário de Estado a substituí-lo. Há, no entanto, exceções, uma vez que há ministros que só têm um secretário de Estado. Até à data, ainda não há casos em governantes, mas já houve suspeitas. Já houve contactos indiretos com infetados, mas nenhum caso positivo. Contudo, desde a semana passada que passaram a existir regras mais restritas. Parte dos membros dos gabinetes passou a trabalhar de casa para reduzir ao máximo o número de contactos, numa regra flexível de 50% em casa, 50% nos gabinetes.