Política

Coronavírus. Governo não muda medidas por enquanto mas vão ser tomadas novas “em função da gravidade da situação”

António Costa é preciso “consciência do risco, serenidade perante os sintomas, e ligar para a Linha Saúde 24h”

JOSÉ COELHO/LUSA

O primeiro-ministro mostrou-se esta manhã confiante na resposta dos responsáveis do Serviço Nacional de Saúde perante a confirmação de casos positivos de Covid-19 em pacientes no Porto. Para já, o Governo apenas alarga para os voos provenientes de Itália as medidas que já tinha para outros voos, como os provenientes da China, mas não agrava as medidas, como proibição dos voos.

“Devemos ir tomando medidas gradativamente em função da gravidade situação, sob pena de ficarmos todos paralisados, fechados em casa. Não é justificável essa situação” de proibição de voos, disse. Para já, há uma identificação dos passageiros que provêm de regiões de risco para serem contactados caso seja caso disso, havendo uma “delimitação dos universos de riscos”. “Enquanto não se justificarem outras medidas, não serão adoptadas”, defendeu António Costa numa conversa com jornalistas. Contudo, disse, “temos de ir verificando o evoluir da situação”. Referindo-se aos cenários traçados pela Direcção-Geral da Saúde, o primeiro-ministro afirmou que estes estão bem desenhados e “permitindo um conjunto de medidas suficiente, robustas para enfrentar os piores cenários que não desejamos, mas que temos de estar preparados”, disse.

Para António Costa é preciso “consciência do risco, serenidade perante os sintomas, e ligar para a Linha Saúde 24h”. Esta tem de ser a porta de entrada no sistema para evitar “contágios involuntariamente”. “Cada pessoa que tenha tido contacto com alguém contaminado ou que venha a saber que esteja contaminado, esteja atento aos sintomas que tem e recorra à linha Saúde 24”, explicou. Em caso de necessidade de quarentena, os funcionários públicos não perderão rendimento, como ficou assegurado esta segunda-feira com uma decisão do Governo, e no caso do privado, Costa diz que tem havido sensibilidade das empresas e que em último caso existem as baixas médicas.

Em termos de efeitos na economia, António Costa diz que o ministro Pedro Siza Vieira está esta manhã a avaliar com empresários as ruturas de fornecimento que já estão a acontecer e que podem vir a acontecer dada a paralisação de muitas fábricas na China. Além disso, o ministro das Finanças, Mário Centeno, terá esta semana uma videoconferência para avaliar com os outros responsáveis das finanças da zona euro medidas que possa vir a ser necessário tomar.