Enquanto Marcelo Rebelo de Sousa confessa estar “a carregar baterias” quando lhe perguntam sobre a recandidatura a Belém (a frase é do próprio, esta semana, em Moçambique), a esquerda vai fazendo contas de bastidores sobre como gerir o confronto com o Presidente da República (PR) que veio da direita e que as sondagens confirmam popularmente estratosférico. António Costa ainda não assumiu o que lhe vai na alma: se apoia expressamente a recandidatura de Marcelo, se apresenta um candidato alternativo, ou se não apoia ninguém, o que se traduziria num alinhamento implícito com o atual PR. Mas já foi escrito e nunca desmentido que o primeiro-ministro e líder socialista prefere a terceira hipótese, a única, aliás, que o livraria de uma esperada derrota. O que não é certo é que, a confirmar-se, esta predileção de Costa não esbarre de frente com a ala mais à esquerda do partido.
“Qualquer reflexão que faça sobre presidenciais tem de ser em primeiro lugar nos órgãos do partido de que faço parte. Faço parte do Secretariado Nacional e é lá em primeiro lugar que faço essa reflexão”, afirma Pedro Nuno Santos (ver pág. 8), o rosto do lado esquerdo do Partido Socialista, assumido no último Congresso e desde aí muito ativo na consolidação do seu espaço e das suas tropas. Mas há deste lado da barricada quem, desde já, se mostre mais afoito em defesa de um não alinhamento do partido com Marcelo Rebelo de Sousa.
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