Em 2020, os temas “fraturantes” vão voltar a dominar a agenda e o debate político, com propostas para a despenalização da eutanásia e a legalização das barrigas de aluguer. Em ambos os casos, o tiro de partida veio da esquerda da esquerda, pela mão do Bloco de Esquerda. Há anos que é assim: um sector mais progressista pega em temas que escaldam e força a sua discussão. Nos anos 90, quando não havia Bloco, esse sector progressista da esquerda estava no PS, e tinha um jota no lugar do pê.
Houve uma colheita da Juventude Socialista (JS) que pôs a “agenda fraturante” no topo do debate. Foi o Expresso quem lhes colou o rótulo “fraturante”, mas o pai da criança foi Sérgio Sousa Pinto — liderou uma direção da JS que ganhou no PS o peso suficiente para eleger um grupo parlamentar e obrigar o Parlamento a discutir temas-tabu. Em 2019, passou um quarto de século sobre a chegada dessa direção à JS. “Já passaram 25 anos?...”, admirou-se Sérgio Sousa Pinto, quando o Expresso lhe falou nisso. E admiraram-se os outros que, com ele, estiveram nessa direção. Alguns engordaram, vários acomodaram-se, uns subiram, outros eclipsaram-se. Todos envelheceram. Como diria António Guterres, que então liderava o PS e teve de enfrentar essa fornada de jovens socialistas, “é a vida”.
Este é um artigo exclusivo. Se é assinante clique AQUI para continuar a ler. Para aceder a todos os conteúdos exclusivos do site do Expresso também pode usar o código que está na capa da revista E do Expresso.
Caso ainda não seja assinante, veja aqui as opções e os preços. Assim terá acesso a todos os nossos artigos.