Política

Esquerda quer fim de concessão à Fertagus

O BE e o PCP querem o fim do contrato com a Fertagus para a travessia de comboio na Ponte 25 de Abril

Nuno Botelho

Liliana Valente

O PCP e o BE querem travar o prolongamento da concessão do comboio da ponte 25 de Abril à Fertagus, do grupo Barraqueiro, e propõem o fim do contrato anunciado em dezembro. Para isso, apresentaram uma apreciação parlamentar do decreto-lei, puxando o assunto para o Parlamento.
O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, decidiu em dezembro prorrogar a concessão do comboio da Ponte 25 de Abril até setembro de 2024 ao mesmo grupo que já tem o contrato, com o argumento de que esta decisão permitia “não gerar o aumento de despesa pública” e manteria a “continuidade do serviço público prestado pela empresa”. PCP e BE querem travar o negócio e querem ver o assunto debatido no Parlamento, através de apreciação parlamentar.

O Bloco de Esquerda quer que os partidos se pronunciem sobre o decreto-lei do Governo. “Interessa impedir que esse decreto prolongue a concessão por mais cinco anos”, diz ao Expresso a deputada bloquista, Joana Mortágua. Para o BE, o Estado “já perdeu mais de €200 milhões” para a Barraqueiro com esta concessão que existe desde 1998. “É uma das parceria público-privadas mais ruinosa para o Estado e para os portugueses, que a pagam duas vezes”, através dos bilhetes e passes e através da concessão. Para os comunistas esta decisão “não só cede aos interesses do grupo Barraqueiro”, que além da Fertagus faz parte do consórcio da TAP, como “toma mais uma medida que prejudica o interesse nacional”. Já o PCP considera que esta decisão “prepara caminho” para mais uma medida no sentido de “desresponsabilização pelo transporte público”.