Assim que Luís Montenegro acabou de apresentar a sua candidatura à liderança do PSD, num espaço reservado perto do Tejo, as mensagens começaram a circular. Ao entardecer desse domingo, dia 10, apoiantes destacados de Rui Rio e de Miguel Pinto Luz divertiam-se com aquilo que as duas partes concordavam ter sido (mais) uma monumental falsa partida, o grande prémio do despiste político. “Só apareceram os herdeiros e as viúvas do passismo”, regozijavam-se uns. “Sala pequena e escura, discurso sem densidade e repetitivo, uma desilusão”, apoucavam outros.
Montenegro tornou-se o alvo preferencial nesta corrida a três. Para a equipa de Rio mora ali a principal ameaça à vitória; os homens de Pinto Luz fazem-no porque pressentem que quanto pior for o resultado do ex-líder parlamentar melhor será o do vice-presidente da Câmara de Cascais. Esta confluência de estratégias, não escrita, não falada e até contranatura, está a sentir-se no terreno: aos olhos dos adversários, o motor de Montenegro gripou. “O efeito Pinto Luz está a fragilizar Montenegro. Estão a disputar o mesmo nicho, e o nosso objetivo é que continue a crescer para ofuscá-lo”, assume um operacional de Rio. “Ele está a perder gás e nós aparecemos com muita força”, concorda um membro do inner circle de Pinto Luz.
Este é um artigo exclusivo. Se é assinante clique AQUI para continuar a ler (também pode usar o código que está na capa da revista E do Expresso).