Política

PSD (também) promete aumentar salário mínimo

Porta-voz do PSD para as Finanças elogia Mário Centeno, que diz ter sido "capturado" pelas circunstâncias da geringonça. Promete aumentar salários e progressões, só que menos do que o PS

Joaquim Miranda Sarmento vai lançar um livro com as medidas que defenderá no PSD
FOTO NUNO BOTELHO

É o primeiro consenso que vai da esquerda à direita, em termos de programa eleitoral para a próxima legislatura. Joaquim Miranda Sarmento, porta-voz do PSD para a área das finanças públicas, diz numa entrevista ao DN e TSF que também Rui Rio quer aumentar o salário mínimo nacional. Só não diz quanto: "Neste momento em que a taxa de desemprego é muito baixa, ao contrário de há quatro anos em que a aposta no aumento do salário mínimo nacional tinha riscos dada a taxa de desemprego que rondava os 10%, temos de equacionar, se a economia portuguesa continuar a crescer nos 2% ou 2,5% em termos reais, se há margem para os salários poderem melhorar, até porque começa a haver alguma escassez de mão-de-obra e isso, obviamente, vai-se refletir no preço da mão-de-obra que são exatamente os salários."

O que o PSD não fará nesta campanha, ao contrário da esquerda, é fixar à partida um valor para esse aumento. "Não teremos uma proposta totalmente fechada porque isso obviamente é matéria de concertação social", anota o economista, numa entrevista em que fixa a diferença entre o programa socialista e o social-democrata: "O Governo quer gastar na máquina do Estado, nós queremos reduzir impostos."

Quanto aos funcionários públicos, o PSD prevê ter menos dinheiro do que os socialistas para olhar para eles na próxima legislatura. Mas garante que mesmo assim terá margem para aumentar os salários e fazer as progressões. Até para contratar, embora com mais critério (a palavra escolhida é "algum" reforço de pessoal, que há, diz, "excesso de pessoas em algumas áreas e falta de pessoas noutras áreas").

Mesmo assim, sobram os elogios a Mário Centeno. Sarmento diz que o atual ministro "não fez melhor porque a geringonça não o permitiu". Explicando que este terá sido "capturado por uma solução política que era o oposto daquilo que ele provavelmente defendia e o oposto daquilo que do ponto de vista da condução da política económica era aquilo que ele defendeu e escreveu no programa eleitoral". E o porta-voz do PSD ainda acrescenta um sublinhado pessoal: "Mário Centeno é um académico respeitado, é um economista com méritos e portanto, nesse ponto merece obviamente a minha apreciação positiva."