É desde muito jovem um apaixonado pela arte e pela cultura. Mas, não tendo nascido numa família abastada e com grandes possibilidades financeiras, pouco viajava. O que “consumia” de arte e cultura era através da comunicação social e da internet, que começava a massificar-se. O desporto deu-lhe a noção de mundo e aproximou-o da diversidade cultural e artística com que sonhava. Mais do que cargos, Tiago Mogadouro, definiu para si metas: queria trabalhar em Nova Iorque. Começou por um estágio na Walt Disney, em Orlando, na Flórida, e andou por várias outras paragens até chegar onde queria. Desde 2024 lidera o Madame Tussauds Nova Iorque, um dos museus mais visitados do mundo.
O gestor português é o “guardião” de um legado de mais de 250 anos de história e procura construir um futuro de equilíbrios desafiantes: preservar todo o património reconhecido ao Madame Tussauds, mantendo-se relevante para as novas gerações, numa altura em que a tecnologia dita as regras. Para isso, acredita que mesmo com toda evolução tecnológica em curso, “a experiência física de visitar um museu continuará a ser fundamental no futuro. É ela que nos permite criar experiências memoráveis”.
Tiago iniciou a carreira na Walt Disney, em 2008, num programa de estágio e formação que, garante, lhe mudou a vida. “Eu tinha a consciência daquilo que os meus pais deixaram de fazer, do esforço que estavam a fizer para me proporcionar aquela oportunidade de estágio. Por isso, fui para a Disney com uma missão: aprender tudo aquilo que havia para aprender ali”, recorda. Foi lá que aprendeu o real significado de “serviço de classe mundial”, tão relevante quando o que se vende são experiências, e que passou a transpor para todas as funções que exerceu ao longo da carreira.
Depois da experiência em Orlando, Tiago acumulou desafios em Portugal, Espanha e Reino Unido. Foi diretor de Marketing e Comunicação da Federação Portuguesa de Natação, aliando a paixão pela gestão à do desporto, já que foi praticante e treinador de pólo aquático, representando o país em inúmeras competições internacionais. Em 2016 integrou a Merlin Entertainment, onde chegou a diretor de Marketing do Sea Life Porto.
"Durante muitos anos evitei grandes grupos internacionais porque não queria ser mais um no meio da máquina", explica. Mas foram precisamente os resultados obtidos no Sea Life Porto que lhe abriram as portas do Madame Tussauds Nova Iorque, gerido pela Merlin. "Sempre fiz tudo o que estava no meu alcance [em matéria de formação e foco no trabalho] para me pôr na melhor posição possível para, no dia em que a oportunidade surgisse, eu poder ir a jogo", recorda.
No Madame Tussauds desde 2020 e como diretor-geral desde 2024, Tiago Mogadouro admite desafios. “Aqui eu precisava de me provar a mim próprio, lá tive de provar que conseguia gerir a equipa”, aponta, acrescentando que a sua principal aposta em Nova Iorque foi dedicar-se às pessoas e só depois às decisões estratégicas em si.
O CEO é o limite é o podcast de liderança e carreira do Expresso. Todas as semanas a jornalista Cátia Mateus mostra-lhe quem são, como começaram e o que fizeram para chegar ao topo os gestores portugueses que marcaram o passado, os que dirigem a atualidade e os que prometem moldar o futuro. Histórias inspiradoras, contadas na primeira pessoa, por quem ousa fazer acontecer. Ouça outros episódios: