Formado em Direito pela Universidade Nova de Lisboa e pela Universidade de Oxford, com formação complementar em Gestão, Francisco Pedro Balsemão iniciou a carreira como advogado na Linklaters. Antes de integrar o negócio da família passou ainda pela consultoria Heidrick & Struggles, como consultor de recursos humanos, e pelas Nações Unidas onde integrou como consultor a terceira Comissão de Direitos Humanos, na Missão de Portugal Junto das Nações Unidas. Sobre essas experiências profissionais, diz que “foram essenciais” e que trabalhou com “excelentes profissionais”, que muito lhe ensinaram.
Filho mais novo de Francisco Pinto Balsemão, cresceu no Expresso e as suas primeiras memórias no jornal são na sede original, no centro de Lisboa. “Era uma nuvem de fumo e, na minha cabeça, para se ser jornalista era preciso ser fumador obrigatoriamente”. Ser jornalista foi, de resto, algo que sempre o fascinou. “Sempre quis ser jornalista. Todos os meus testes psicotécnicos deram a resposta ser jornalista, mas a vida acabou por me levar por caminhos mais pragmáticos”, confessa o CEO da Impresa.
Em 2016, aos 35 anos, assumiu os destinos do Grupo Impresa, depois de liderar durante sete anos os pelouros dos Recursos Humanos, Assuntos Jurídicos e Sustentabilidade do grupo de media. Quando olha para trás, destaca como piores momentos o ataque informático de 2022, “um crime que foi um grande trauma para nós”, e a 'gestão difícil' da pandemia.
2023 foi o ano em que a sustentabilidade dos media esteve mais vezes nas notícias. Sobre o atual estado da comunicação social, Francisco Pedro Balsemão assume o “estado muito difícil” em que o modelo de negócio se encontra e sublinha a falta de apoio do Estado. “Interessa ao Estado uns media mais fracos e não faz o que devia para apoiar os media. O Estado devia ter mais incentivos à produção de conteúdos e programas de literacia mediática”. Sobre o que se passa na Global Media, com salários em atraso e a ameaça de um despedimento colectivo de centenas de pessoas, Francisco Pedro Balsemão afirma que “só quem esteve muito desatento é que não percebeu a situação” e acrescenta “sabemos há muito tempo que os media em Portugal estão sitiados de pessoas que estão cá pelas razões erradas, ou para se promoverem a si próprios, aos seus negócios ou narrativas falsas”.
Oiça aqui a entrevista completa, um episódio especial ao vivo na primeira edição do Festival de Podcasts Expresso by Hyundai.
O CEO é o limite é o podcast de liderança e carreira do Expresso. Todas as semanas a jornalista Cátia Mateus mostra-lhe quem são, como começaram e o que fizeram para chegar ao topo os gestores portugueses que marcaram o passado, os que dirigem a atualidade e os que prometem moldar o futuro. Histórias inspiradoras, contadas na primeira pessoa, por quem ousa fazer acontecer. Ouça outros episódios aqui.