Carioca, 39 anos, a lista de atividade de sucesso de Fábio Porchat é enorme: ator, guionista, produtor, realizador, apresentador de programas televisivos, co-fundador do coletivo de humor Porta dos Fundos, programa que o tornou conhecido dos portugueses, Porchat é considerado um dos comediantes mais prestigiados do Brasil.
Cruzou o nosso país, de Miranda do Douro ao Algarve, para preparar a série “Viagem a Portugal”, em que recupera a obra de José Saramago com o mesmo nome. Muito à vontade deste lado do Atlântico, Porchat arrancará 2023 com um programa de entrevistas na RTP.
Mas antes do trabalho está a cidadania, diz, e, em conversa com o Expresso no último episódio do podcast “Brasileiros, que tal?”, enfrenta os problemas do país e mostra-se otimista quanto ao futuro.
Fábio Porchat diz que “os bolsonaristas são barulhentos, agressivos, malucos, têm posse de arma”, mas acredita que “o Brasil é muito maior”. Por isso diz que nas eleições “vai dar tudo certo”. Mas, assume, os brasileiros ainda vão ter de ultrapassar “três meses muito chatos” depois de outubro, até que a reconciliação entre os opositores políticos seja possível.
No Brasil, Fábio Porchat tem um programa televisivo em que pergunta aos entrevistados quais as suas primeiras lembranças e o que gostariam de ver escrito nas suas lápides. Questionado pelo Expresso sobre qual poderia ser a resposta, caso o entrevistado fosse o próprio Brasil, Porchat acredita que a memória mais antiga do país seria "a das pessoas vivendo em paz e harmonia num espaço grande”, lembrando os povos indígenas. E quanto à inscrição na lápide, o humorista é mais ácido: “O Brasil ia dizer ‘aqui jaz um país que tinha tudo para ser o primeiro mas que o brasileiro em momento nenhum o deixou ser’”.