O senhor engenheiro recebeu quantias monetárias ou outros bens por parte do Grupo GES, Grupo Lena ou Vale do Lobo? Esta parece que é uma das perguntas eufemísticas e subtis que os deputados fazem ou querem fazer, ou farão, ou fariam, todos os tempos do verbo são aceitáveis, a José Sócrates. O engenheiro. Dito de outro modo, o senhor engenheiro recebeu dinheiro por fora? O senhor engenheiro recebeu dinheiro que não devia ter recebido? Ou, ainda, o senhor engenheiro é corrupto?
E o que distingue o bem da quantia monetária? Bem, pode ter recebido um ramo de flores, uma caixa de robalos frescos, uns bilhetes de avião, um safari em África, um hotel de cinco estrelas em Veneza, ou, melhor, uns dias numa suite num hotel de cinco estrelas em Veneza, ou mesmo um fato Armani. Ou um jantar no Lapérouse, em Paris. Ou no Ducasse. Todos estes bens, com exceção do jantar e do ramo, foram imputados ao engenheiro e à sua vida considerada extravagante, e mais ou menos abatidos ou explicados como presentes do seu grande amigo Carlos Santos Silva. Que outros bens poderia ele ter recebido do GES, do Lena ou do Vale de Lobo? Ele até ia para a Balaia. E depois de ter sido primeiro-ministro arranjou um emprego numa empresa com Intelligent Life Solutions, um nome empresarial apropriado para profissionais inteligentes.
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