O renascer das viagens em comboios de luxo são o mais recente movimento a contrariar a cultura dominante de fazer cada vez mais em menos tempo. A bordo de um comboio histórico, a ideia é fazer menos com mais tempo. Usufruir do ritmo natural dos dias e imergir no estilo de vida da primeira metade do século 20, em que viajar era para muito poucos, sobre carris e muito mais do que pôr uma bandeira no maior número possível de destinos.
Nos novos comboios de luxo, que arrancam em força nesta época, o destino é o espaço físico da viagem e um estado de espírito, que amplificam a experiência quando a velocidade a que se viaja é reduzida. Todos os estudos e análises sobre o mercado de luxo apontam as viagens de comboio como uma das tendências e um dos mercados que mais cresce. Isto já se faz sentir desde o pós-pandemia, mas acentua-se com o aumento da oferta de comboios e de experiências sofisticadas sobre carris. Outras das variáveis a impulsionar este nicho são a consciência ecológica em relação ao impacto dos voos de avião, o desejo de viajar a um ritmo mais lento e de conhecer novas localizações de forma exclusiva. Havendo conta bancária disponível para viajar ao estilo da aristocracia e endinheirados do início do século passado, o difícil é escolher entre as várias opções de hotéis de luxo em trânsito.