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Crónica

Matar ou morrer por Bolsonaro

Ao contrário do então Presidente dos EUA Donald Trump, que se achava em condições de enfrentar Joe Biden nas eleições americanas de 2020, Bolsonaro sabe que já perdeu

A menos de dois meses das eleições no Brasil, há uma certeza por aqui: a de que as coisas podem esquentar. Tudo indica que Jair Bolsonaro está preparando um absurdo, um grande absurdo, maior do que tudo o que cometeu até hoje — algo tão impensável que porá contra ele até sectores que ainda o apoiam no Congresso e nas Forças Armadas. Só que fará isto de caso pensado. A intenção é justamente provocar uma medida, vinda não se sabe de onde, que o impeça de concorrer às eleições. Isso insuflará o seu discurso de que só assim, tirando-o do caminho, é que conseguem derrotá-lo. E servirá de chamada à briga de seus violentos seguidores — os quais, graças à campanha armamentista que ele sempre promoveu fanaticamente, detêm hoje um poder de fogo maior que o das Forças Armadas. (Sim, há hoje no Brasil mais armas fora do que dentro dos quartéis.)