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Opinião

Ou sou “fascista” ou sou “woke”. Decidam-se pf

Às segundas, quartas e sextas, sou criticado por reacionários moralistas como José António Saraiva, que me consideram um irresponsável ou um woke de armário; às terças, quintas e sábados sou criticado pelas tribos puritanas da esquerda, que também me consideram um irresponsável ou um fascista/neoliberal/ultramontano (podem escolher à vontade, porque todas as opções estão erradas). Mas o mais interessante até é o seguinte: há dias em que o mesmo texto provoca ódio nos dois extremos

Escrevo em jornais e revistas há quase 20 anos e garanto-vos uma coisa: o ambiente nunca esteve tão confuso. Reparem que não falo em tensão, já tivemos neste século outros momentos de tensão, quer no contexto português, quer no contexto ocidental. Estou a falar de confusão. A História deu um murro na mesa e as peças saltaram e ninguém sabe onde é que vão cair. As pessoas estão confusas sobre o seu lado, sobre a sua identidade política e até moral. Há dias, na Free Press, alguém dizia que muitas pessoas de esquerda acordaram no lado progressista da cama no dia 7 de outubro, mas à noite já se deitaram do lado conservador, tal foi o choque perante a amoralidade da esquerda woke. E, sim, a esquerda está em profunda convulsão interna.