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Opinião

Rosa Carvalho: uma pintora para o MeToo?

Rosa Carvalho é um caso extraordinário: junta uma rebeldia feminista à rebeldia estética. Ela pinta como os clássicos, recusando a desconstrução pós-moderna, impondo um regresso à pintura que muitos, devido às palas moderninhas, até podem considerar ‘retrógrado’. No entanto, usa esse classicismo para desconstruir o imaginário masculino sobre as mulheres, aliando-se assim a uma mensagem que é tudo menos retrógrada

Na Gulbenkian, podemos encontrar uma exposição que aproveita o ar do tempo para dar uma lição de História. Com curadoria de Helena de Freitas e Bruno Marchand, ‘Tudo o que eu Quero’ é uma retrospetiva das artistas portuguesas. As grandes vozes femininas na arte portuguesa situadas entre 1900-2020 têm, à partida, um lugar nesta exposição. Encontrei velhas paixões (a Sarah Affonso dos retratos, e não a do Minho; Vieira da Silva, Hatherly, Helena Almeida, Paula Rego) e descobri novos interesses, pelo menos um.