Opinião

Home, smart home

Já imaginou chegar a uma casa que antecipa as suas vontades? Desde a abertura do portão da garagem que identifica a sua matrícula e ilumina o caminho até ao seu lugar de estacionamento, chama o elevador e o leva até ao seu andar sem qualquer toque, até ao reconhecimento facial (ou biométrico) que lhe abre a porta de casa. E uma vez dentro de casa, encontra luz ambiente, a temperatura certa, e a sua banda de jazz preferida a tocar…a combinação perfeita para relaxar depois de um dia de (tele)trabalho.

Não, não é ficção nem uma casa imaginada num futuro distante; é uma “smart home”. Uma realidade cada vez mais atual, em que “smart” se torna sinónimo de luxo quando falamos de casas – e pessoas – cada vez mais conectadas e exigentes.

Estamos todos mais atentos ao espaço que nos rodeia, confinados em casas que são ao mesmo tempo escritórios, escolas e ginásios. Sempre conectados, graças à infraestrutura, internet e tecnologia. E cada vez mais conectados com a própria casa, graças a sistemas integrados que permitem controlar inúmeras funções a partir do smartphone ou de um assistente virtual.

A segurança é uma das vantagens mais apelativas. Existem inúmeros sistemas conectados de alarmes e vídeo vigilância que permitem controlar o acesso à distância, funcionalidades cada vez mais massificadas. Mas quando falamos de “smart homes” no mercado de luxo estamos a falar de magia. São casas desenhadas para prever o comportamento dos seus habitantes, com a criação de experiências cada vez mais personalizadas e proativas.

Toda esta magia resulta de sistemas integrados e da combinação de inteligência artificial e data analytics – tecnologias que permitem desenhar experiências personalizadas para cada membro da família. É a criação da harmonia sensorial completa, tal como numa orquestra em que todos os instrumentos – som, imagem, luz, temperatura, movimento – estão em perfeita sintonia.

Os maestros destas casas “inteligentes” conseguem compor os melhores ambientes para cada um, de acordo com as suas preferências individuais. Um filho notívago que adora ouvir heavy metal pela noite dentro vive paredes meias com uma mãe madrugadora que acorda com a 5.ª sinfonia de Beethoven. Cada um com o seu estilo de vida, numa casa que lhes reconhece as diferentes vontades e consegue criar a melhor vivência para todos.

Ao mesmo tempo, as “smart homes” são também “smart investments”. Geram poupanças significativas de custos, energia, e água, além da poupança de um recurso crítico, o tempo. De tal forma que além de compensar o investimento inicial, estas casas são ainda mais valorizadas quando aparecem no mercado.

Imagine que junta a família para um serão de Netflix. Pede sugestões de filmes à Alexa, que conhece as preferências de todos, e logo acerta no filme de que todos gostam. A sala de estar entra automaticamente em modo “cinema” – fecha as cortinas black out, baixa as luzes, ajusta as colunas para criar o efeito surround de acordo com o sítio onde estão sentados, e roda a smart TV para a melhor visualização de todos. Até o micro-ondas avisa que as pipocas já estão prontas. It´s show time.