A polícia londrina atualizou este domingo para 890 o número de pessoas detidas no sábado em manifestações a favor do grupo proibido Palestine Action, durante um protesto marcado por confrontos violentos.
Segundo a polícia metropolitana de Londres, Scotland Yard, 857 manifestantes foram detidos por apoiarem o grupo ilegalizado em julho, e 33 por agredirem agentes e pela prática de outros crimes contra a ordem pública, incluindo 17 por agressões a polícias..
Anteriormente, a subcomissária adjunta da polícia de Londres, Claire Smart, acusara participantes do protesto organizado pela Defend Our Juries na praça do Parlamento de cuspir, insultar e agredir agentes.
Outra concentração convocada em paralelo pela Coligação Contra a Guerra e pela Campanha de Solidariedade com a Palestina, na qual participaram perto de 20.000 pessoas, decorreu “sem praticamente nenhuma detenção”, acrescentou.
De acordo com o jornal “The Guardian”, os detidos foram levados para um centro de receção de prisioneiros em Westminster. Aqueles cujos dados foram confirmados foram libertados sob fiança para comparecerem mais tarde numa esquadra, enquanto quem se recusou a fornecer identificação, ou já estava sob fiança, foi conduzido para centros de detenção. As 857 detenções ao abrigo da Lei Antiterrorismo serão investigadas pela unidade antiterrorista da Polícia Metropolitana.
A polícia já deteve mais de 500 pessoas noutro protesto em agosto, no qual, à semelhança do que aconteceu no sábado, os manifestantes empunhavam cartazes de apoio ao grupo, que foi proibido em julho após vandalizar dois aviões numa base militar britânica e bloquear a entrada de uma empresa fornecedora de armas para Israel.
Muitos idosos e portadores de deficiência participaram em ambas as manifestações, sendo que, na de agosto, a maioria dos detidos tinham idades entre os 60 e os 69 anos e defendiam a liberdade de expressão.
Durante o protesto de sábado, onde se ouviram ´slogans` como “Oponho-me ao genocídio, apoio a Palestine Action”, ocorreram episódios violentos, nomeadamente em ruas adjacentes, enquanto na concentração principal, na praça do Parlamento, os protestos foram pacíficos.
Na véspera, a polícia alertara que expressar apoio a uma organização proibida é considerado crime face à Lei do Terrorismo e que os infratores seriam detidos. Até ao momento, mais de 138 pessoas foram formalmente acusadas de pertencerem ou demonstrarem apoio ao grupo, estando sujeitas a penas de prisão que podem ir até aos 14 anos, enquanto o Ministério do Interior planeia recorrer da decisão judicial que permitia à organização contestar a sua ilegalização.