A ministra da Economia alemã, Katherina Reiche, prometeu esta sexta-feira aprofundar a cooperação económica com Israel, sem comentar a ofensiva israelita em Gaza, após uma reunião com o seu homólogo israelita, Nir Barkat, em Telavive.
"A economia de Israel não é apenas resiliente, mas também é mundialmente reconhecida pela sua tecnologia de ponta, espírito empreendedor e vibrante ecossistema de startups. Estamos empenhados em aprofundar ainda mais a cooperação económica para aumentar o crescimento de ambos os lados", escreveu Reiche, num comunicado.
Nesse comunicado, a ministra alemã não abordou a ofensiva militar israelita em Gaza nem as recentes declarações de Barkat a favor da dissolução da Autoridade Palestiniana e da anexação da Cisjordânia.
O ministro da Economia israelita agradeceu a Reiche pelo apoio contínuo da Alemanha durante "este período difícil", acrescentando que Israel enfrenta "uma guerra existencial" e que confia no alinhamento de Berlim.
Barkat destacou ainda que as relações comerciais entre Israel e a União Europeia (UE) atingiram 46,2 mil milhões de euros em 2024, constituindo "um pilar vital para ambas as economias".
A relação bilateral entre os dois países ascende a mais de oito mil milhões de euros anuais.
O comunicado sublinha que as duas economias são complementares e que a cooperação é particularmente intensa em setores como cibersegurança, saúde e tecnologia financeira.
A colaboração entre a Alemanha e Israel está também a crescer no setor energético, com destaque para projetos de energia solar, armazenamento de energia e redes inteligentes.
O encontro dos dois ministros ocorre poucos dias depois de a Comissão Europeia ter anunciado a intenção de repor as tarifas aplicadas às importações de Israel, suspendendo o acesso preferencial ao mercado comunitário.
O executivo comunitário propôs aos países europeus para suspender certas disposições comerciais do Acordo de Associação entre a União Europeia e Israel, assim como para sancionar ministros extremistas israelitas, membros do grupo extremista palestiniano Hamas e colonos judaicos violentos devido à deterioração da situação humanitária na Faixa de Gaza pela ofensiva de Telavive.