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Ian Lesser, sobre a guerra na Ucrânia: “Há uma escolha a fazer, entre lutar por princípios, e aceitar o que era inaceitável há alguns anos”

Não faz sentido falar de garantias de segurança europeias sem que um cessar-fogo seja alcançado. É a prioridade, garante Ian Lesser, do German Marshall Fund. O investigador e politólogo disse ao Expresso que considera Donald Trump um “hiperunilateralista, mas não isolacionista”, que tem somado frustrações

Ian Lesser, na Conferência Internacional das Lajes — Açores: do Oceano ao Espaço, organizada pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, na Praia da Vitória
Bárbara Barcelos

Mais de três anos e meio desde o início da guerra, a Ucrânia “está numa situação extremamente complicada”. Ian Lesser, investigador do German Marshall Fund dos Estados Unidos e responsável pela delegação de Bruxelas do ‘think tank’, lança um alerta que se dirige aos ucranianos, mas também a todos os europeus. À margem da Conferência Internacional das Lajes — Açores: do Oceano ao Espaço, organizada pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, na Praia da Vitória, na Terceira, Lesser admitiu, em entrevista ao Expresso, que um acordo de paz está longe, mas a possibilidade de “estabilizar o conflito” pode estar mais próxima.

“Cabe aos ucranianos decidir o que estão dispostos a tolerar”, afirma o politólogo, considerando que tanto a Finlândia como a Polónia e os Estados bálticos podem ficar expostos a grandes ameaças. No entanto, com os EUA menos dispostos a apoiar Kiev, a situação não inspira esperança: “Sem o transporte e a partilha de informações americanas, a Ucrânia não estaria nesta posição”.