Em abril de 1949, Portugal, um pequeno país, muito pouco desenvolvido e abafado por uma ditadura, no extremo ocidental da Europa, tornou-se um dos membros fundadores da NATO. Seria estranho, não fosse este país soberano sobre um arquipélago essencial nas movimentações geopolíticas da altura: as ilhas dos Açores.
De tal ordem era a importância destes territórios que, quando chegou o 25 de Abril, os Estados Unidos tinham já desenhado planos de contingência para tomar os Açores à força, se preciso fosse, de maneira a evitar um cenário no qual a instauração de um regime comunista, aliado de Moscovo, pudesse alterar o estatuto das Lajes e impedir a sua utilização por parte dos norte-americanos.