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Guerra no Médio Oriente

“Para trazer israelitas de volta a casa fala-se com todo o tipo de pessoas. Até com nazis”: entrevista a Ory Slonim, negociador de reféns

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), o tenente-coronel Jonathan Conricus, disse, na quinta-feira à noite, que pelo menos 100 cidadãos continuam desaparecidos e pelos menos 203 foram levados para Gaza quando o Hamas regressou ao território, depois de, a 7 de outubro, ter matado mais de 1300 israelitas nas suas casas no sul de Israel. Ory Slonim, negociador para a libertação de soldados há mais de 35 anos, é conselheiro do Ministério de Defesa nessa área e está neste momento a prestar assistência às famílias que não sabem o que aconteceu a quem desapareceu

Fotografias dos desaparecidos, presumivelmente raptados pelo Hamas no dia 7 de outubro em comunidades do sul de Israel
Leon Neal

“A incerteza é uma tortura, mais vale saber as piores notícias do que estar à espera. A incerteza, para mim, é a pior coisa que um ser humano pode sentir e é isso que as famílias das pessoas que foram levadas como reféns para Gaza estão agora a sentir”, começa por dizer ao Expresso Ory Slonim, advogado e negociador de reféns israelita, nascido em 1942, antes da criação do Estado de Israel, e que já aconselhou sete ministros da Defesa em situações em que soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) foram declarados desaparecidos em combate ou prisioneiros de guerra.

Desde sábado passado, 7 de outubro, ele e outros antigos negociadores de reféns têm ajudado centenas de famílias que não sabem dos seus, podem estar em Gaza, vivos ou mortos. Podem estar mortos dentro de alguma casa ardida que os militares não tenham ainda vistoriado.