Exclusivo

Médio Oriente

Israel já está a atacar a Síria, “raiva” na região no nível máximo: estará o eixo da resistência realmente abatido?

Há duas semanas, os analistas não faziam ideia de que Assad estava prestes a cair. O Irão, seu aliado, está sob uma pressão considerável após um ano de confrontos com Israel, e o seu proxy, o Hezbollah, ficou enfraquecido desde a campanha militar de outono no Líbano. De acordo com os investigadores, tudo é possível no atual ambiente imprevisível do Médio Oriente, mas Israel já aproveitou o momento para adquirir algum território adicional na Síria como zona tampão. Pode o eixo da resistência ainda provocar uma escalada inesperada na região?

Ataque à base aérea Mezzeh, em Damasco, conduzido pelas FDI
Getty Images

O equilíbrio de poder no Médio Oriente alterou-se com o cessar-fogo entre o Hezbollah e Israel, que evidenciou a nova posição defensiva do Irão. A sua determinação na resistência estava enfraquecida, como veio a provar-se na Síria. Os advesários de Bashar al-Assad aproveitaram a oportunidade para testar a sua força, particularmente o Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que tem governado a província de Idlib e que tinha retreinado a sua milícia. O Governo de Assad sobreviveu à Revolta Árabe que começou em 2011, devido ao apoio externo do Hezbollah (no Líbano), do Irão e da Rússia. Todas estas partes estarão agora mais fracas e preocupadas com outras questões, e ninguém veio em auxílio militar de Assad nos últimos dias.

A derrota de Assad demorou menos de duas semanas. A 27 de novembro, os rebeldes lançaram uma ofensiva no noroeste da Síria, de forma a retaliar o bombardeamento de áreas controladas pelos rebeldes. À medida que os militantes avançavam, o Exército do regime dissolveu-se. Os rebeldes prosseguiram: tomaram Alepo, a segunda maior cidade da Síria, a 29 de novembro, e depois Hama, para sul, a 5 de dezembro. Dois dias depois chegaram aos arredores de Homs, a terceira maior cidade síria.