Um ataque em massa com drones e mísseis russos contra a capital da Ucrânia matou pelo menos três pessoas e feriu 18, informaram as autoridades ucranianas. Entre os mortos estava uma criança de um ano, cujo corpo foi retirado dos escombros pelas equipas de resgate, disse o chefe da administração municipal de Kiev, Tymur Tkachenko.
Os serviços de emergência disseram na plataforma de mensagens Telegram que 18 pessoas sofreram ferimentos "na capital como resultado deste ataque maciço".
Um incêndio deflagrou no último andar de um edifício administrativo no distrito de Pechersk, onde se encontram os edifícios governamentais, incluindo os gabinetes dos ministros. De acordo com jornalistas da agência de notícias Associated Press, uma coluna de fumo subia do telhado do edifício.
Não é claro até ao momento se o fumo foi o resultado do impacto de um bombardeamento direto, o que marcaria uma escalada nos ataques aéreos russos.
Até à data, a Rússia evitou atingir edifícios governamentais no centro da capital da Ucrânia.
Destroços de drones russos atingiram edifícios residenciais de quatro andares nos distritos de Sviatoshynskyi e Darnytskyi, em Kiev, de acordo com o presidente da câmara, Vytaly Klitschko. O ataque de domingo é o segundo ataque em massa com drones e mísseis russos a atingir a capital ucraniana num período de duas semanas.
Na região de Sumy (nordeste), perto da fronteira, um ataque russo lançado durante a madrugada fez um morto e vários feridos, incluindo uma criança de nove anos, informou o governador militar regional, Oleg Grygorov, no Telegram.
As autoridades das regiões de Zaporizhzhia (sudeste) e Kryviy Rig (leste), de onde é natural o Presidente Volodymyr Zelensky, também registaram bombardeamentos que resultaram em feridos.
No sábado, Zelensky rejeitou a proposta do homólogo russo, Vladimir Putin, para um encontro presencial em Moscovo, afirmando que Putin "pode ir a Kiev" se quiser realmente construir pontes e negociar o fim da guerra.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a II Guerra Mundial (1939-1945).
Ao fim de mais de três anos da invasão russa da Ucrânia, as propostas para um acordo de paz entre Moscovo e Kiev têm fracassado, apesar das iniciativas do Presidente norte-americano, Donald Trump, para aproximar as partes.
O líder russo, Vladimir Putin, exige que a Ucrânia ceda territórios e renuncie ao apoio ocidental e à adesão à NATO, condições que Kiev considera inaceitáveis, reivindicando pelo seu lado um cessar-fogo imediato como ponto de partida para um acordo de paz, a ser salvaguardado por garantias de segurança.