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Há cada vez mais países a aumentarem os seus arsenais: “O mundo tornar-se-á mais perigoso e chamaremos a este período a Segunda Guerra Fria”

Para lá das guerras em Gaza e na Ucrânia, a corrida aos mísseis no Sul da Ásia também está a aquecer, e não são apenas a Índia e o Paquistão que estão de olho um no outro, afirmam os analistas

Getty Images

Há pouco mais de uma semana, a Índia afirmou ter testado com sucesso um míssil balístico de médio alcance (o Agni-5), que, quando operacional, deverá ser capaz de transportar uma ogiva nuclear para qualquer território dentro da China. As duas nações mais populosas do mundo competem por influência no Sul da Ásia, tendo as relações ambas piorado significativamente a partir de 2020, após confrontos fronteiriços.

O Agni-V, que significa “fogo” em sânscrito, tem 17,5 metros de comprimento, pesa 50 toneladas e pode transportar mais de 1000 kg de carga nuclear ou convencional. Tem também capacidade para percorrer mais de 5000 quilómetros, a velocidades hipersónicas de quase 30.000 quilómetros por hora, encontrando-se, assim, entre os mísseis balísticos mais rápidos do mundo. O teste (o décimo que é feito a este míssil desde 2012 e o primeiro desde março do ano passado) aconteceu exatamente uma semana depois de o Paquistão ter anunciado a formação de um novo Comando da Força de Foguetes do Exército (ARFC), que deverá procurar preencher lacunas defensivas que a Índia expôs durante o conflito de quatro dias, neste verão.