Exclusivo

Guerra na Ucrânia

Sem territórios não há acordo e sem garantias a Ucrânia não aceitará falar de territórios: a guerra vista pelo ex-embaixador Steven Pifer

Umas horas antes da entrevista, Kiev, onde Steven Pifer viveu como embaixador dos Estados Unidos de 1998 a 2000, tinha sido violentamente atacada por drones e mísseis russos. Ao Expresso, diz que os ucranianos não podem aceitar entregar territórios sem saberem que não vão ser atacados de novo. Desse ponto de vista, a paz não depende dos ucranianos nem dos russos, antes das garantias que o Ocidente consiga dar à Ucrânia

Alex Wong/Getty Images

Steven Karl Pifer é investigador sénior no Centro dos Estados Unidos e Europa da Brookings Institution, bem como diretor da Iniciativa de Controlo de Armamento da Brookings. Foi anteriormente conselheiro sénior no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais em Washington, D.C., e o terceiro embaixador dos Estados Unidos na Ucrânia, onde viveu de 1998 a 2000.

Esteve em Bucareste quando a NATO decidiu prometer à Ucrânia um caminho irreversível para a Aliança - que não ofereceu - e considera que Trump ainda não percebeu que as concessões constantes a Putin só o fazem parecer fraco. Quando isso acontecer, pode ser que as coisas mudem.

Poucas horas antes desta entrevista, Kiev foi de novo atacado com muita violência, tem sido recorrente, mesmo numa altura de negociações. Os ataques a civis são agora mais frequentes do que em qualquer outro momento da guerra. O que é que Putin está a querer dizer-nos?
Que os custos de continuarmos a tentar salvar a Ucrânia são demasiado para suportar, em termos de financiamento e de vidas também.