Foi um discurso de apenas dez minutos, curto para o normal de Vladimir Putin, na parada do Dia da Vitória, em Moscovo, onde estão presentes as forças armadas russas, veteranos e mais de 20 líderes internacionais. O Presidente falou de "alegria e gratidão para com a geração que derrotou o nazismo e que custou milhões de vidas” e disse que a Rússia “nunca aceitará” que os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial sejam “deturpados”, comprometendo-se a defender a dignidade do exército russo e a enfrentar sempre “o nazismo, a russofobia e o antissemitismo.”
Foi exatamente a luta contra o nazismo que usou para justificar o conflito com a Ucrânia, iniciado em fevereiro de 2022. Durante a sua intervenção, esta manhã, em frente ao Mausoléu de Lenine, Putin garantiu que “todo o país, a sociedade e o povo" apoia a atual invasão da Ucrânia, chamando-lhe ainda "operação militar especial". “A verdade e a justiça estão do nosso lado”, garantiu o chefe de Estado.
Numa referência a Xi Jinping nas bancadas, Putin fez também uma alusão não só aos sucessos militares russos mas à contribuição das forças aliadas, em particular ao “corajoso povo da China”. Putin e Xi realizaram duas rondas de conversações antes do desfile, bem como uma conversa informal sobre a guerra na Ucrânia, segundo informações da imprensa chinesa.
Vladimir Putin lidera as comemorações do Dia da Vitória na Rússia com um desfile na Praça Vermelha, que tem medidas de segurança reforçadas, após vários dias de ataques ucranianos que tiveram como alvo a capital. Foi anunciado um cessar-fogo unilateral de três dias por parte da Rússia para coincidir com a celebração do 80.º aniversário da vitória da União Soviética sobre a Alemanha Nazi.
Antes do discurso de Putin e de um minuto de silêncio, o comandante das tropas terrestres, Oleg Salyukov, liderou 11 mil soldados na entrada da Praça Vermelha, incluindo 1500 militares que combateram na Ucrânia. Desfilaram também 102 soldados chineses, além de contingentes do Vietname e da Mongólia.
Entre os líderes internacionais presentes estão o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, o Presidente venezuelano Nicolás Maduro, bem como o Presidente da Sérvia, Aleksandar Vučić, e o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico — o único líder da União Europeia a viajar até Moscovo.