A imagem de Donald Trump e Volodymyr Zelensky no interior da Basílica de São Pedro — rodeados de grandeza e solenidade — é simbolicamente poderosa. O Presidente norte-americano deixou-se retratar como lhe agrada: como a figura de um “mediador” ou um “grande homem da História”. Já a “linguagem corporal de Zelensky era cuidadosa, mas respeitosa; precisa de Trump, mas não quer parecer desesperado”, descreve Christoph Bluth, analista britânico de relações internacionais e defesa da Universidade de Bradford, em declarações ao Expresso. “Trump parecia estar numa posição dominante, projetando confiança e paciência, o que sugere que ele sabe que tem influência. Mas Zelensky parece ter deixado uma impressão em Trump, e pode ter influenciado o seu pensamento.”
Aparências e narrativas são importantes para o Presidente dos Estados Unidos da América, que construiu uma retórica de resolução rápida dos conflitos. Por causa disso, após a reunião improvisada no Vaticano no sábado, à margem do funeral do Papa Francisco, gerou-se algum otimismo de que o líder ucraniano poderia ter persuadido Trump a não ceder às exigências russas de concessões territoriais ucranianas. No domingo, Donald Trump disse à imprensa que esperava que o Presidente russo “parasse de disparar, se sentasse e assinasse um acordo”, ameaçando com novas sanções a Moscovo.