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Guerra na Ucrânia

Rússia de olhos postos na Moldávia, onde se vota se o país fica na órbita de Moscovo ou Bruxelas: o resumo do 970.º dia da guerra na Ucrânia

A dois dias de acolher uma cimeira dos BRICS, as autoridades de Moscovo olham com preocupação para a realização de um referendo, este domingo, na Moldávia que poderá desbravar caminho desta antiga república soviética na direção da União Europeia. Na Ucrânia, apesar das necessidades da guerra, não parece haver condições para baixar a idade de recrutamento dos 25 para os 18 anos

Pokrovsk, na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, é a imagem do desafio diário que é sobreviver
MACIEK MUSIALEK / ANADOLU / GETTY IMAGES

Na Rússia, muitas atenções estão focadas, este domingo, no que se passa na Moldávia. Nesta antiga república soviética, entalada entre a Ucrânia e a Roménia, realizam-se eleições presidenciais e, em simultâneo, um referendo que decidirá se deve ser inserida, no preâmbulo da Constituição, uma cláusula que defina a adesão à União Europeia (UE) como uma aspiração do país.

Entre os 11 candidatos à presidência está a atual chefe de Estado, Maia Sandu (pró-UE), que lidera as sondagens. No caso de ser necessária uma segunda volta, agendada para 3 de novembro, o provável adversário deverá ser Alexander Stoianoglo, um antigo procurador-geral apoiado pelo Partido Socialista, tradicionalmente pró-Rússia.

Maia Sandu espera um “sim” retumbante no referendo à UE. “O nosso voto no referendo definirá o nosso destino durante muitas décadas”, disse este domingo, após votar.

Alexander Stoianoglo, por seu turno, expressando-se em língua russa, disse aos microfones da agência russa RIA Novosti: “A primeira coisa que farei [se vencer], é visitar a Transnístria”. Esta região separatista pró-Rússia da Moldávia, situada na fronteira com a Ucrânia, autoproclamou-se independente e constitui um grande problema interno no país.