Os ataques russos estão a intensificar-se na direção da cidade de Pokrovsk, no leste da Ucrânia. A cidade é um dos pontos estratégicos de uma importante rota de abastecimento da Ucrânia. Os combates em Pokrovsk têm sido os mais intensos, segundo o Estado-Maior do exército ucraniano, citado pela agência noticiosa Reuters.
“A situação é extremamente difícil nas direções de Donetsk e é na direção de Pokrovsk que se tem registado o maior número de ataques russos nestas semanas”, afirmou o Presidente Volodymyr Zelensky num vídeo publicado no ‘site’ da presidência. Embora a situação seja tensa, mostrou-se confiante na força do país "para atingir os seus objectivos”.
A cidade, com cerca de 60.000 habitantes antes da guerra, é um importante centro de transportes. Situada na estrada que serve de via de abastecimento a outros locais de conflito, Pokrovsk está a 20 quilómetros da linha da frente, disse Serhiy Dobriak, chefe da administração militar da cidade, à emissora norte-americana Radio Free Europe, citado pela Reuters.
A Rússia lançou 52 ataques nas últimas 24 horas, quase o dobro do número diário registado nas últimas semanas. Este domingo, as forças militares russas anunciaram a conquista de duas aldeias em Donetsk, Pogres e Yevgenivka, no leste da Ucrânia. As aldeias situam-se a cerca de 30 quilómetros a noroeste da cidade Avdiivka, conquistada pela Rússia em fevereiro deste ano. Moscovo tem recorrido a bombas planadoras, modificadas da era soviética com uma tecnologia que permite aos aviões lançá-las a uma distância segura, para atacar a Ucrânia em larga escala.
Oleksandr Shyrshyn, vice-comandante do batalhão da 47ª brigada, confirmou aos meios de comunicação locais que as aldeias tinham sido tomadas. O responsável militar atribuiu a derrota à falta de formação das tropas, às fracas capacidades dos oficiais, à pouca motivação e ao armamento inadequado.
Outras notícias que marcaram o dia:
⇒ Milhares de civis e soldados manifestaram-se esta segunda-feira em Kiev para pedir ao Governo que garanta a libertação dos prisioneiros de guerra detidos pela Rússia, no decurso de uma cerimónia em que se lembraram militares mortos. O protesto decorreu na Praça da Independência em Kiev nas celebrações do segundo aniversário de uma explosão que matou mais de 50 militares ucranianos detidos na prisão de Olenivka, indica a agência noticiosa Associated Press (AP).
⇒ O Presidente ucraniano visitou esta segunda-feira um posto de comando avançado do Exército em Vovchansk, na região de Kharkiv (nordeste da Ucrânia), alvo de uma ofensiva russa desde 10 de maio. "Hoje tive a honra de felicitar os nossos combatentes das forças especiais (...) e de lhes entregar condecorações oficiais", informou Zelensky num comunicado publicado nas redes sociais.
⇒ Pelo menos 564 crianças morreram na Ucrânia desde o início da guerra, em 2022 com a invasão russa, enquanto o número de feridos ascendeu a 1.487, anunciou a Procuradoria-Geral ucraniana através da rede social Telegram. O maior número de feridos registou-se na região de Donetsk, com 567, seguida de Kharkiv (407), Dnipropetrovsk (161), Kherson (159), Kiev (131) e Zaporijia (123).