O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que as forças de Moscovo conquistaram 47 localidades na Ucrânia desde o início do ano, num momento em que as tropas de Kiev enfrentam falta de armamento, munições e de homens. "Desde o início do ano, parece-me que foram libertadas 47 localidades, ou 880 quilómetros quadrados", declarou o Presidente russo durante a sessão plenária do Fórum Económico Internacional em São Petersburgo, referindo-se a dados avançados pelo ministro da Defesa, Andrei Belousov.
Nos últimos meses, o exército russo tem registado avanços no Donbass, no leste da Ucrânia, e no norte, na região de Kharkiv, onde lançou um ataque em 10 de maio, sem, no entanto, conseguir qualquer progressão nesta fase.
Além disso, as Nações Unidas (ONU) informaram, esta sexta-feira, que pelo menos 174 civis foram mortos e 690 ficaram feridos no mês passado na Ucrânia, o número mensal mais elevado desde junho de 2023.
Os dados foram avançados pela secretária-geral adjunta da ONU para os Assuntos Humanitários, Joyce Msuya, num briefing ao Conselho de Segurança convocado por França para abordar a situação humanitária na Ucrânia. De acordo com Msuya, mais de metade das vítimas civis registadas em maio "podem ser atribuídas aos combates em Kharkiv".
No 834.º dia de guerra, os EUA anunciaram uma nova ajuda no valor de 225 milhões de dólares (cerca de 207 milhões de euros) à Ucrânia. O anúncio foi feito por Joe Biden durante um encontro em Paris com o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky. "Os Estados Unidos estarão sempre convosco", disse, acrescentando um pedido de desculpas público pelo atraso de meses no apoio militar, o que permitiu à Rússia obter ganhos no terreno
Outras notícias que marcaram o dia:
⇒ A Rússia considerou esta sexta-feira que as declarações do Presidente francês, Emmanuel Macron, sobre o aumento do apoio militar à Ucrânia mostram que a França está "pronta para participar diretamente no conflito". "Digamos que Macron demonstra apoio absoluto ao regime ucraniano e declara que a República Francesa está pronta para participar diretamente no conflito militar", afirmou o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitri Peskov, às agências russas.
⇒ A Ucrânia pediu esta sexta-feira, através do conselheiro presidencial Mikhail Podoliak, maior margem de manobra para atingir alvos militares e estratégicos em todo o território russo com armas enviadas pelos parceiros ocidentais. Podoliak defendeu que a possibilidade de destruir infraestruturas militares e estratégicas em toda Rússia, e não apenas nas áreas perto da fronteira, como exigiram os parceiros de Kiev, mudaria radicalmente a situação. Essa alteração das regras de utilização das armas ocidentais daria à Ucrânia uma oportunidade de recuperar a iniciativa, que está do lado da Rússia desde o fracasso da contraofensiva de Kiev do verão passado.
⇒ Perto de 30 países comprometeram-se a aumentar o seu apoio à recuperação do património cultural da Ucrânia, sob coordenação da UNESCO, que vai desenvolver um plano de ação a médio e longo prazo. A decisão foi tomada esta sexta-feira, por iniciativa da Lituânia, numa reunião realizada em Vilnius, e o plano gizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura (UNESCO) conta com a consulta a mais de 40 instituições internacionais e ucranianas, divulgou a organização internacional.
⇒ A Espanha associou-se a outros 12 países da União Europeia (dos quais fazem parte Portugal) para pedir à Presidência belga do Conselho que adote ainda este mês os quadros de negociação para a adesão da Ucrânia e da Moldova aos 27.