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Guerra na Ucrânia

“No futuro, o nosso objetivo será procurar algum tipo de relação estável com a Rússia”, diz antiga secretária-geral adjunta da NATO

Não seria do interesse da NATO ter uma Rússia “instável e desmembrada” nas suas fronteiras, garante Rose Gottemoeller, antiga secretária-geral adjunta da NATO. Nesta entrevista ao Expresso, a diplomata norte-americana diz ver com preocupação a “grande competição geoestratégica que está a tomar forma com a China e a Rússia, certamente no sentido de se prepararem para a guerra", e aponta que o mundo está hoje repleto de potenciais focos de conflito

Rose Gottemoeller
AFP Contributor

Rose Gottemoeller ficou conhecida pelo seu trabalho em questões de segurança internacional e controlo de armas. Subsecretária de Estado para Controlo de Armas e Segurança Internacional, entre 2014 a 2016, durante o Governo de Obama, Gottemoeller foi também a primeira mulher a liderar a NATO como secretária-geral adjunta, entre 2016 e 2019. Negociou o tratado de controlo de armas New START, e lamenta o abandono do acordo por parte da Rússia: “Sinto que agora existe esta visão em Moscovo de que de alguma forma o controlo de armas nucleares é uma recompensa para os Estados Unidos e os seus aliados. Mas é também do interesse da Federação Russa evitar a aniquilação nuclear. Isso surpreendeu-me.” Nesta entrevista ao Expresso, Rose Gottemoeller fala sobre o que se pode esperar se Donald Trump voltar a ser Presidente dos Estados Unidos, antevê o futuro da NATO e alerta para as ameaças mais emergentes.