Guerra na Ucrânia

Rússia retira 93 crianças de cidade bombardeada por forças ucranianas

Decisão foi anunciada poucos dias depois da retirada de outras 300 pessoas, na sequência do aumento dos ataques ucranianos e do anúncio de adiamento do início do ano letivo para 19 de janeiro

STRINGER/Reuters

Quase uma centena de crianças foram retiradas da cidade russa de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, cidade que tem sido alvo de bombardeamentos das forças ucranianas, anunciou esta quarta-feira o líder desta região.

"O primeiro grupo de crianças foi enviado de Belgorod para a região de Voronezh", cerca de 300 quilómetros para o interior do país, anunciou o governador da região de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, numa mensagem publicada na rede Telegram. Segundo adiantou o governador, as 93 crianças vão ser acompanhadas, nas próximas três semanas, por 20 professores e participar em diversas atividades educativas e de lazer.

A decisão foi anunciada poucos dias depois da retirada de outras 300 pessoas, na sequência do aumento dos ataques ucranianos e do anúncio de adiamento do início do ano letivo para 19 de janeiro. No dia seguinte a um intenso bombardeamento russo, em 29 de dezembro, que causou a morte de dezenas de pessoas, Belgorod foi alvo de um ataque ucraniano que provocou 25 mortos.

Este ataque ucraniano foi o mais mortífero contra civis em solo russo desde 24 de fevereiro de 2022, data em que começou a ofensiva russa na Ucrânia. Como represália, o Presidente russo, Vladimir Putin, assegurou que "vai intensificar" os ataques, tendo afirmado que o seu exército continuará a realizar ataques massivos a Kiev e outras cidades ucranianas.

Nos últimos dias, outras regiões russas que fazem fronteira com a Ucrânia, como Kursk e Oriol, foram atingidas por bombardeamentos ucranianos. Na terça-feira, o porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov, acusou Kiev de atacar deliberadamente civis com equipamento militar fornecido pelos países ocidentais.