A Comissão Eleitoral russa anunciou nesta sexta-feira que as próximas eleições presidenciais serão repartidas por três dias, de 15 a 17 de março de 2024, uma medida recente que, segundo os críticos do Kremlin, aumenta o risco de fraude eleitoral. O Presidente Vladimir Putin, líder incontestado da Rússia há quase um quarto de século, entrou oficialmente na corrida, mas o anúncio da sua candidatura é encarado apenas como uma formalidade.
O Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que se vai candidatar à presidência em março de 2024, de acordo com as três principais agências noticiosas russas. O anúncio foi feito à margem de uma cerimónia de entrega de prémios no Kremlin (Presidência russa), em Moscovo, segundo a agência francesa AFP. De acordo com a agência Ria Novosti, Putin disse a um combatente na Ucrânia, Artiom Joga, que se vai candidatar a um quinto mandato no Kremlin.
Se vencer, ocupará o cargo de chefe de Estado por mais seis anos, até 2030, assinalou a agência russa TASS.
E nenhum rival parece estar em posição de o impedir, uma vez que quase todos os seus principais opositores foram presos ou forçados ao exílio.
A Comissão Eleitoral "aprovou um período de votação de três dias para a eleição presidencial russa" na primeira volta, que deverá ter lugar de 15 a 17 de março, segundo um comunicado. Os observadores e os opositores afirmam que as eleições na Rússia estão a ser marcadas por graves irregularidades e que os candidatos independentes não têm qualquer hipótese.
A votação ao longo de vários dias foi apresentada pelas autoridades como uma forma de reduzir o risco de contágio durante a pandemia de covid-19, um procedimento que entretanto foi mantido em várias eleições nacionais e regionais.
Principalmente a oposição considera que a metodologia facilita a manipulação dos boletins de voto, uma vez que estes não são imediatamente contados no dia da votação e são armazenados durante três dias.
Resultado da adoção de uma reforma constitucional controversa no auge da pandemia em 2020, Vladimir Putin, que chegou ao poder em 2000, pode permanecer no Kremlin até 2036.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou em meados de novembro que "o momento do anúncio" da candidatura de Vladimir Putin estava a aproximar-se, acreditando que este não teria nenhum rival credível.