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Guerra na Ucrânia

Rússia perdoa penas e recruta criminosos, mas ainda “pode dar-se ao luxo de ser machista” no recrutamento de mulheres

Cerca de 100 mil condenados terão engrossado as fileiras russas só este ano. Com as presidenciais já em março, o Kremlin procura nas prisões para evitar nova mobilização geral. “Após quase dois anos de guerra, ambos os países sofreram enormes perdas”, pelo que estarão a “esforçar-se por encontrar recrutas”, aponta uma especialista ao Expresso. A Rússia dispõe de “uma base de recrutamento maior”, pelo que, ao contrário da Ucrânia, poderá adiar o alargamento às mulheres do recrutamento obrigatório, refere outro perito

Uma mulher em uniforme militar e com uma espingarda automática nas mãos durante um exercício em 11 de novembro de 2023 em Kiev, na Ucrânia.
Dmytro Larin/Global Images Ukraine/Getty Images

A Rússia tem um calendário eleitoral muito recheado no próximo ano. As eleições presidenciais estão agendadas para março, já depois de a guerra na Ucrânia, iniciada com a invasão russa do país vizinho, completar dois anos. Mais adiante, setembro de 2024 volta a ser um mês farto, com eleições intercalares para a Duma (câmara baixa do Parlamento russo), regionais e municipais.

Neste contexto, e sobretudo a pensar nas presidenciais, as Forças Armadas russas têm recorrido cada vez mais ao recrutamento nas prisões para reforçarem as suas fileiras. Visando conter o descontentamento popular com nova mobilização controversa para a guerra na Ucrânia, o método tem suscitado a estupefação dos familiares das vítimas de alguns dos mais terríveis crimes cometidos na Rússia.