As teses de Alexandre Guerreiro, antigo analista dos serviços de informações - que tem apresentado visões pró-russas nos comentários televisivos -, foram rebatidas esta terça-feira pelos especialistas participantes na conferência sobre "A Ordem Internacional em Mutação : A Guerra na Ucrânia", organizada pela Faculdade de Direito de Lisboa. Doutorado há um ano naquela faculdade com uma tese que defende a legalidade da anexação da Crimeia pela Rússia, viu as suas visões arrasadas pelo também comentador e jurista Nuno Rogeiro, foi acusado de "abordagem instrumental" pelo professor Luís Pereira Coutinho e criticado pelo professor Fernando Loureiro Bastos, especialista em Direito internacional, ao dizer que quem não perceber que a ação russa é uma "agressão" não pode dizer-se "internacionalista". Alexandre Guerreiro nunca classificou a ação da Rússia como uma "agressão".
De resto, o ex-espião e funcionário da JurisApp (serviço na dependência da Presidência do Conselho de Ministros) explicou porque é que tem "reservas em chamar guerra" à guerra da Rússia contra a Ucrânia. Citou um conjunto de autores para sustentar este ponto de vista e baseou-se na forma como os Estados Unidos classificaram uma série de "operações" sem ser como "guerra" e concluiu: "É difícil dizermos que estamos perante uma guerra, sendo que estamos perante um conflito armado, a que se aplicam as leis internacionais.”