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“Fará o que for necessário”: como Trump quer perseguir e destruir os seus inimigos políticos (e conta com alguma margem de manobra)

Mesmo com pouco (ou nenhum) fundamento legal, Donald Trump ameaçou investigar Barack Obama. O objetivo destas ameaças é perseguir quem trabalhou nos governos democratas, mas também distrair os americanos do profundo cisma que o caso Epstein criou na sua base de apoio. Analistas e politólogos advertem contra o comportamento autoritário e antidemocrático de Trump, que eleva o nível de supressão das liberdades nos EUA

Chip Somodevilla

As ameaças de foro judicial são “uma ferramenta cada vez mais utilizada para conter a oposição e reorganizar o poder”, mas “fazem parte de uma democracia profundamente fragilizada”, observa Hank Sheinkopf, responsável por mais de uma dezena de campanhas políticas nos Estados Unidos e especialista em gestão de crise. Há poucos dias, Tulsi Gabbard, diretora dos serviços de informações do país, declarou, em conferência de imprensa na Casa Branca, que tinha desclassificado provas de uma conspiração entre Barack Obama e altos funcionários da administração democrata, e que encaminhara o “caso” para o Departamento de Justiça, para possível processo criminal.

Em causa, alega Gabbard, estará uma conspiração para minar a vitória presidencial de Donald Trump em 2016, com recurso a “informação falsa” sobre a interferência russa a favor do republicano. Dias antes destas declarações, Trump partilhara um vídeo realizado com recurso a inteligência artificial, e que mostrava Obama a ser detido na Sala Oval.