O ex-candidato democrata à vice-presidência e senador Joe Lieberman morreu esta quarta-feira, aos 82 anos.
A notícia foi avançada pela família, em comunicado. Segundo pode ler-se, Lieberman “morreu esta tarde, na cidade de Nova Iorque, devido a complicações após uma queda".
"O amor do senador Lieberman por Deus, pela sua família e pela América perdurou ao longo da sua vida dedicada ao serviço público”, sublinha ainda o comunicado.
O antigo senador do Connecticut esteve na corrida presidencial em 2000, como vice de Al Gore, numa ronda eleitoral que acabou por dar a vitória a George W. Bush.
Uma voz moderada
Formado em direito pela Universidade de Yale, foi primeiro uma autoridade eleita em Connecticut, depois o principal procurador deste Estado norte-americano, antes de conquistar uma cadeira no Senado (câmara alta do Congresso dos EUA) pela primeira vez em 1988, com uma candidatura democrata.
Modesto, muitas vezes sorridente e raramente perdendo a calma, Joe Lieberman era uma voz moderada quando a divisão entre os dois partidos começou a aumentar na década de 1990.
Em 1988, foi o primeiro democrata do Senado a criticar duramente o Presidente Bill Clinton sobre o caso repleto de escândalos com Monica Lewinsky, embora Lieberman não tenha chegado a pedir o seu 'impeachment' [destituição].
Esta posição de compromisso levou Al Gore a escolhê-lo como o seu parceiro na candidatura democrata nas eleições presidenciais de 2000, tornando-o o primeiro judeu a concorrer à vice-presidência.
Esta dupla conquistou o voto popular nacional, mas perdeu a eleição do Colégio Eleitoral, depois do Supremo Tribunal ter decidido a favor dos republicanos após um histórico imbróglio na contagem de votos na Florida.
Nos anos que se seguiram, Joe Lieberman chocou o seu partido ao defender firmemente as guerras de George W. Bush no Iraque e no Afeganistão.
Depois de perder as primárias democratas para a reeleição no seu Estado, Connecticut, em 2006, deixou o partido e concorreu como independente, conseguindo reconquistar a cadeira com a ajuda dos eleitores conservadores.
Joe Lieberman deixou o Congresso em 2013.