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“Não vejo prejuízo nem conflito de interesses”: decano do Supremo brasileiro e organizador do ‘Gilmarpalooza’ rejeita críticas

Seis dos 11 juízes do tribunal de última instância do Brasil participam no Fórum de Lisboa, um evento organizado por Gilmar Mendes, atualmente o mais antigo membro do Supremo Tribunal Federal. Durante três dias, representantes dos três poderes brasileiros encontram-se na capital portuguesa, com juízes, ministros e deputados, além de empresários, juntos em mesas de debate, mas também em jantares e ‘cocktails’ informais. A imprensa brasileira fala em cerca de €22 mil para custear a vinda de ministros do Governo Lula. O promotor do evento paga as viagens e estadia de juízes e professores, mas, em entrevista ao Expresso, diz não ter “ainda” ideia do custo total. A deslocação da comitiva do STF já fez antecipar uma votação. Gilmar Mendes contemporiza: “Se tiver de despachar algum processo, também o faço à distância”, o mesmo acontecendo com os restantes juízes, garante

Gilmar Mendes
EVARISTO SÁ/AFP/Getty Images

O Fórum de Lisboa, que decorre até sexta-feira, é organizado pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), pelo Lisbon Public Law Research Centre da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL) e pelo Centro de Inovação, Administração e Pesquisa do Judiciário – Fundação Getulio Vargas (FGV) Justiça.

Gilmar Mendes, juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2002, que presidiu entre 2008 e 2010, e o atual decano da última instância do poder judiciário brasileiro, é sócio do IDP e organizador do evento na capital portuguesa.

Na sua 12.ª edição, o Fórum de Lisboa volta a ser alvo de críticas, sobretudo no Brasil, devido à proximidade entre agentes dos poderes executivo, legislativo e judiciário e aos custos inerentes à deslocação. Em entrevista ao Expresso na FDUL, Gilmar Mendes desvaloriza as críticas, assegurando que “ninguém precisaria de vir ao exterior para ter eventualmente conversas impróprias”.