O ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro recebeu esta quarta-feira alta hospitalar após passar a noite internado e regressou à sua residência, onde se encontra em prisão domiciliária por incumprimento de medidas cautelares.
Jair Bolsonaro foi internado de urgência na terça-feira "devido a quadro de vómitos, tontura, queda da pressão arterial e pré-síncope", lê-se no boletim médico divulgado pela imprensa local.
Hoje, a unidade de saúde em Brasília, onde se encontra, declarou que Jair Bolsonaro tem um problema renal e que iria permanecer hospitalizado. O novo boletim médico indica que "apresentou melhora dos sintomas e da função renal após hidratação e tratamento medicamentoso por via endovenosa".
O hospital reforçou, contudo, que "o laudo anátomo patológico das lesões cutâneas operadas no domingo mostrou a presença de carcinoma de células escamosas 'in situ', em duas das oito lesões removidas".
Por essa razão, necessitará "de acompanhamento clínico e reavaliação periódica".
Esta foi a segunda vez em menos de uma semana, que oex-Presidente, de 70 anos, se deslocou ao mesmo centro médico, depois de, no domingo passado, ter sido submetido a um procedimento médico para remover cirurgicamente oito lesões cutâneas.
A saída tinha sido autorizada previamente pelo juiz Alexandre de Moraes, relator dos processos de Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliária.
O ex-Presidente brasileiro tem enfrentado nos últimos anos vários problemas no aparelho digestivo, resultantes das sequelas da facada que sofreu num comício durante a campanha presidencial de 2018.
Em abril, foi submetido a uma longa operação para tratar uma obstrução intestinal, que o manteve internado durante três semanas.
Na quinta-feira, Jair Bolsonaro foicondenado a 27 anos e três meses de prisão, depois de a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal ter formado maioria para condenar o ex-Presidente por tentativa violenta de abolição do Estado de Direito Democrático, golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de património.
Bolsonaro foi ainda considerado culpado de liderar a organização julgada criminosa.