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Ataque aos três poderes no Brasil: partidos pressionados a expulsar os bolsonaristas radicais

Lula da Silva saiu reforçado da crise. Demitir José Múcio, um político experiente na pasta da Defesa, seria ceder aos golpistas ou aos interesses partidários

O reflexo de uma bandeira brasileira num vidro do edifício do Supremo Tribunal, estilhaçado pelos invasores
CARL DE SOUZA / AFP / GETTY IMAGES

Duas singularidades e um recado camuflado às Forças Armadas marcam a diferença entre o Ministério da Defesa e as outras 36 pastas do Governo de Lula da Silva. Só na Defesa não houve equipa de transição a preparar o trabalho do novo ministro, e José Múcio Monteiro é o primeiro civil no cargo em cinco anos. No último ano do Presidente Michel Temer (2016-19) o cargo fora ocupado pelo general Silva e Luna, e os três ministros de Jair Bolsonaro também eram militares.

A insólita inexistência de equipa de transição sugere “um aceno aos militares”, explica ao Expresso Eduardo Heleno, professor do Instituto de Estudos Estratégicos. Sem interagir diretamente com as Forças Armadas, é como se o Presidente tivesse dito: “Não queremos mudar nada”, interpreta o investigador da Universidade Federal Fluminense.