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Timor-Leste

Indultos, nomeações e bofetadas: a mão do poder político timorense chegou à justiça

O Conselho Superior da Magistratura Judicial de Timor-Leste foi alterado na sua composição e o procurador-geral substituído. Estão agora nas mãos do poder político, que está a ser investigado pela justiça. Estão a causar indignação pública os previsíveis indultos a um ex-padre condenado por abusar sexualmente de dezenas de menores e a um vice-primeiro-ministro suspeito de corrupção. O Expresso ouviu especialistas com visões discrepantes sobre o caso

Xanana Gusmão depois de votar nas legislativas timorenses, a 12 de maio de 2023
VALENTINO DARIEL SOUSA/AFP/Getty Images

Lukeno Alkatiri, vice-presidente do Conselho Superior da Magistratura Judicial (CSMJ) de Timor-Leste, foi substituído no cargo sem que se conheçam os motivos. É filho de Mari Alkatiri, que foi o primeiro chefe de Governo após a recuperação da independência, em 2002, e preside hoje à Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (FRETILIN), na oposição.

O exonerado Lukeno Alkatiri foi nomeado em 2022 para um mandato de quatro anos, com término previsto para 2026. Sem aviso prévio, o Jornal da República publicou a nomeação de um novo vogal, indicado pelo Presidente da República, José Ramos Horta. O próprio Lukeno anunciou a saída do cargo.