Lembro-me de ver jovens e adultos conduzindo carros e motorizadas a circularem ao contrário nas rotundas de Díli, na contramão, de frente para o trânsito normal - e fazendo-o pela simples razão de que podiam - pela alegria desafiante da coisa, porque nenhum polícia estaria ali para ver, porque o território era finalmente livre, quase um quarto de século depois da invasão indonésia, e porque a liberdade, no início, se celebra infringindo as regras, começando logo pelas mais simples e duradouras de todas, as do trânsito, que sobrevivem a todas as mudanças de regime.