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Eleições na Índia: projeto político de Narendra Modi afasta-se de Gandhi, apoia-se no ioga e promove-se em Bollywood

Narendra Modi, o primeiro-ministro indiano, elevou a fasquia e, com as eleições a decorrer até 1 de junho, pediu uma maioria expressiva de 400 deputados no próximo Parlamento. Com ela, em teoria, poderia alterar a Constituição e tornar a Índia o Estado oficial dos hindus. "A maioria hindu nunca aceitou a Índia secular, nunca apreciou a democracia no verdadeiro sentido”, comenta um cientista social indiano

Uma fila de mulheres segue compacta a caminho da urna de voto, na cidade de Bhopal, a 7 de maio
Gagan Nayar / AFP / Getty Images

Os indianos estão a votar há quatro semanas e têm ainda mais duas pela frente. Dada a dimensão do país, que há meses se tornou o mais populoso do mundo, as eleições legislativas foram divididas em sete fases, que se estendem ao longo de 44 dias.

Cerca de 969 milhões de eleitores escolhem os 543 deputados à câmara baixa do Parlamento (Lok Sabha). Mas estas eleições significam muito mais do que isso. Em causa está também a clarificação quanto ao rumo da Índia: prosseguir pelo caminho da democracia ou tornar-se a pátria dos hindus?