Não se pode dizer que sejam cenários reminiscentes da crise migratória de 2014 e 2015 porque, na verdade, nem aí chegaram tantas pessoas à ilha italiana de Lampedusa em tão pouco tempo.
Mais uma vez, os habitantes de Lampedusa, que já tinham sido colectivamente nomeados para o Prémio Nobel da Paz em 2013, parecem ter recebido sem pânico os mais de 8000 migrantes que chegaram à ilha nos últimos três dias. Miguel Duarte, um dos fundador da organização Humans Before Borders que há vários anos está presente em diversas missões de ajuda humanitária no Mediterrâneo está em Lampedusa e contou ao Expresso o que viu durante estes dias. “Só na terça-feira chegaram 110 barcos a Lampedusa, e o chamado hot spot, que é uma prisão de onde as pessoas não podem sair até serem levadas para Itália Continental, ficou rapidamente sobrelotado. A certa altura estavam aqui 9000 pessoas e as autoridades estavam a tentar empurrá-las para dentro desse local mas não conseguiram, então elas começaram a dirigiram-se ao centro da cidade"