O Brasil foi às urnas no domingo e tornou-se mais um país da América Latina onde a oposição venceu eleições. Não se trata tanto de uma vaga de esquerda, apesar das conquistas que esse lado do espetro político acumula desde 2019 na Argentina, Bolívia, Peru, Chile e Colômbia. O que realmente existe é uma onda de vitórias dos opositores, em detrimento de quem está no poder. Essa tendência começou em dezembro de 2015.
“Existe um excesso de ideologização da compreensão dos processos eleitorais na América do Sul por parte dos intelectuais. O que temos, na verdade, são eleitores insatisfeitos com os seus governantes. Não são eleitores que abraçam as ideias da esquerda, mas que simplesmente votam nos opositores para uma mudança”, explica ao Expresso o cientista político argentino Lucas Romero, diretor da consultora Synopsis.