Kelly Shannon, diretora executiva do Centro para a Paz, Justiça e Direitos Humanos e professora de História da Florida Atlantic University, ousa ter esperança, porque só da esperança pode nascer a verdadeira resistência. "A mudança que vem de dentro tende a ser a mais duradoura", vinca a académica especializada em Estudos do Médio Oriente e autora de "U.S. Foreign Policy and Muslim Women's Human Rights". Mas não é por isso que Kelly Shannon desresponsabiliza o país onde nasceu: os EUA, segundo aponta, falharam em quase todos os momentos críticos em que intervieram. Nesta entrevista com o Expresso, a investigadora apresenta uma perspetiva sobre o passado recente do Afeganistão, que há um ano se voltou a ver mergulhado em retrocesso e opressão.
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Tudo aquilo em que os EUA falharam ao Afeganistão: "Os norte-americanos não sabem o suficiente sobre o resto do mundo"
"O Governo dos Estados Unidos não sabia o suficiente sobre o Afeganistão" (como, de resto, não sabia "sobre o resto do mundo"), e acabaram por ser usados pelos talibãs, que uma e outra vez ressurgiram. Kelly Shannon, académica especializada nos direitos das mulheres no Médio Oriente e respetiva influência norte-americana, recua aos momentos mais decisivos da História recente do Afeganistão, que culminaram com a captura de Cabul pelo "governo" talibã, que não é verdadeiramente governo nem se comporta como tal