Internacional

Pequim lança onze mísseis nas águas de Taiwan. É o maior exercício militar desde 1996

Cinco mísseis caíram em águas pertencentes à Zona Económica Exclusiva do Japão. Tensão entre Pequim e os países que apoiam Taiwan aumenta depois da visita de Nancy Pelosi. Tóquio já endereçou um protesto diplomático às autoridades de Pequim

Helicóptero faz manobras de aproximação ao solo durante exercício militar, em Taiwan
RITCHIE B. TONGO/EPA

A China lançou 11 mísseis Dongfeng em águas territoriais de Taiwan, segundo o Ministério da Defesa chinês. Estes disparos de mísseis convencionais já foram confirmados pelas autoridades de Pequim, que descrevem a operação como parte de exercícios em seis zonas previamente definidas. Esta operação acontece um dia depois de a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, ter visitado Taiwan.

Os exercícios militares chineses desta quinta-feira no estreito de Taiwan são dos maiores de que há registo. É a primeira vez desde 1996 que foram disparados mísseis Dongfeng chineses em águas próximas de Taiwan.

Os exercícios militares chineses mobilizam mais de 100 aviões, incluindo caças e bombardeiros, e 10 navios de guerra, disse a televisão estatal CCTV. A tensão entre Pequim e Washington está a aumentar, com um porta-voz do Ministério da Defesa chinês a dizer que o conluio e a provocação dos Estados Unidos e de Taiwan vão empurrar [este país] para o desastre, escreve a agência Reuters.

Pequim critica G7

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, fez duras críticas ao comunicado desta quarta-feira do G7, que reúne a Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. Neste comunicado, os dirigentes das sete democracias mais ricas do mundo pediram a Pequim para evitar exercícios militares agressivos, prevenindo uma escalada belicista. Pequim responde dizendo que são os Estados Unidos quem está a causar problemas.

O Japão fez saber que cinco mísseis chineses, lançados nos exercícios militares perto de Taiwan, caíram em na Zona Económica Exclusiva nipónica. O ministro da Defesa, Nobuo Kishi, confirmou a queda destes mísseis em águas japonesas: “Suspeitamos que cinco mísseis balísticos disparados pela China terão caído na ZEE do Japão.

Kishi disse ainda que o Japão “apresentou um protesto à China por via diplomática". Este incidente é visto por Tóquio como um “problema grave”.