A Reserva Federal americana (Fed) está “comprometida” em manter a independência, garantiu hoje o seu presidente, Jerome Powell, em conferência de imprensa, após uma reunião em que decidiu reduzir as taxas de juro em 25 pontos base.
Questionado sobre o impacto da entrada, como membro da Fed, de Stephen I. Miran, um aliado de Donald Trump, Powell reiterou que a instituição se mantém unida no seu mandato, de controlo da inflação e de máximo emprego, e “comprometida em manter a independência”.
A Fed tem sido frequentemente criticada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por não ter cortado os juros mais cedo e agressivamente.
Jerome Powell disse ainda que a instituição não levava em conta os efeitos políticos das suas decisões. “Não é assim que pensamos nas coisas”, destacou.
Acerca de uma possível auditoria independente à entidade, Powell lembrou que a Fed tem reduzido pessoal, em cerca de 10%, ficando ao mesmo nível que tinha há dez anos.
Powell alertou ainda que, apesar de uma pequena maioria dos responsáveis da Fed antecipar pelo menos duas novas reduções das taxas do banco central americano este ano, isso não é uma certeza.
“Continuamos a afirmar que não seguimos uma trajetória predefinida, e acreditamos realmente nisso”, sublinhou Powell, garantindo que as decisões futuras da Fed “serão baseadas nos dados disponíveis, na evolução das perspetivas e no equilíbrio dos riscos”.
A Fed decidiu hoje cortar os juros em 25 pontos base, para um intervalo entre 4,00% e 4,25%, pela primeira vez desde dezembro de 2024, anunciou, no final de uma reunião de dois dias.
A instituição subiu ainda as suas estimativas para o crescimento da economia americana este ano, para 1,6%, face aos 1,4% que tinha avançado em junho.